segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Capítulo 1 - Nimbus



Ele vestia moletom canguru vermelho com zíper, calça jeans azul e tênis all-star vermelho. Todas cores eram opacas. Sua estatura era de 1,85 metros, musculatura ligeiramente bonita, mais definida do que grande. Pensou em subir no telhado do prédio pela escada de incêndio que ficava do lado de fora, mas desistiu, pois não havia uma escada de incêndio do lado de fora, já que isso só existe nos EUA. Pensou também em escalar andando num cano de ferro que subia verticalmente, usando magnetismo ou algo assim, porém na metade do caminho saltou de volta para baixo, estava se sentindo tonto e, também, esse método era muito devagar. Ele olhou para uma parede onde havia tijolos com rachaduras, se virou para ela, se afastou um pouco, olhou para a entrada do beco, olhou para frente, se ajeitou para correr, focou uma certa quantidade de eletricidade nas pernas e correu usando a energia para dar impulso. Ao chegar na parede, saltou e começou a escalar apenas com as pernas, como se subisse uma escada bem íngreme, chegando perto do topo, quando se apoiou com a mão direita na borda do concreto se arremessou para cima, caindo de pé no terraço do prédio.

Algo bateu em seu rosto e de uma porta de acesso para o interior do prédio saíram várias garotas jogando calcinhas e a imprensa tirando fotos e fazendo mil perguntas. Em sua imaginação. Tinha sido apenas uma pomba que estava melancólica após perder seu cônjuge. Ele foi correndo de prédio em prédio, às vezes diminuindo a velocidade para observar as pessoas na rua. Em certa parte, desceu para comer um pancho. Não tinha problema em ser visto tão abertamente, pois fazia algumas semanas apenas que tinha começado a atuar como vigilante e havia tido poucas oportunidades de entrar em ação.

Após o lanche, voltou para sua ronda. Estava começando a ficar entediado e pensou em voltar para casa, mas mudou de idéia após ouvir alguns gritos femininos. Saiu correndo na direção do pedido de socorro. Ao chegar perto, notou que tinha um carro da polícia estacionado, mas vazio. Três garotas que usavam minissaia e blusa estavam apoiadas no muro de um prédio, enquanto dois policiais revistavam elas, as assediando, dando alguns chutes e as enxertando drogas em suas bolsas. 

Os policiais e as garotas se assustaram ao ouvir o som de trovões caindo bem perto. Não estava chovendo nem havia qualquer tempestade, o que tornou o fato mais bizarro. De repente, todas as luzes dos posts se apagaram. Uma se acendeu. Se ouviu vários estrondos de trovões, mas dessa vez com um ritmo daqueles que se toca em um tambor antes de uma apresentação. Na mancha de luz surgiu uma figura estranha: Um jovem de estatura média-alta, usando all-star vermelho, calça jeans azul, moletom canguru vermelho com zíper e que estava com o capuz baixado, revelando um cabelo negro arrepiado com fios vermelhos e um rosto com umas espécies de veias brilhosas vermelhas, que se estendiam até as partes do corpo que eram visíveis, inclusive nas mãos, onde a figura carregava pompons.

-Tada! - Os políciais ficaram olhando, depois começaram a gargalhar. - Hey! Não riam! Aplaudam! Tá, espera, ainda não terminei a apresentação. Vocês vão ficar chocados! Lá vai: MIM DÊ UM ZÊ! ZÊ! - Ele ficou de lado para os policiais, se ajoelhou, inclinou o corpo para trás e estendeu a cabeça e os braços para frente. MIM DÊ UM A! A! - Ele se levantou rápido, abrindo as pernas, baixando a cabeça e esticando os braços para cima, com um encostando o outro na ponta dos dedos. MIM DÊ UM PÊ! PÊ! - Ele ficou de lado, inclinou a cabeça para frente e fez semi-círculo com os braços. - ZAP! - Ele pulou baixo no lugar, com as pernas e os braços um pouco estendidos, depois juntou os braços para a frente, ao mesmo tempo que soltou um raio vermelho que derrubou um dos policiais, enquanto fez um som de "zap".

-Ahn? O quê? O que foi isso? - Gritou o outro, retirando o revólver do coldre e atirando no cara bizarro.

- Não foi nada, é tudo ilusão, tudo o que tu vê aqui é só um programa de computador. Claro, no Brasil tem mais lag. - Respondeu ele, enquanto o homem retirava a arma, depois colocou um par de óculos escuros, ficou reto, esticou a palma da mão com os dedos fechados e passou no ar na frente das balas, usando eletricidade vermelha para pará-las no ar. Então, ele puxou um pouco o braço e empurrou de novo, disparando as balas de volta para o policial, ferindo-o apenas de raspão, nos braços e nas pernas. O policial colocou o caído no ombro e saiu correndo na direção do carro. - Não precisam agradecer meninas, eu apenas fiz meu trabalho.

- Então, apenas nos diga teu nome!

- Eu sou - ele subiu na parede correndo e ficou de costas para a rua - o Trovão Vermelho. 

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